sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Semana da Arte Moderna 1922

Semana da Arte Moderna
A Semana da Arte Moderna foi realizada em fevereiro do ano de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, por iniciativa primeira de Graça Aranha, artista literário da época, juntamente com outros escritores, artistas plásticos e músicos, dentre os quais: Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral. Havia exposição de pinturas de Anita Malfatti, Di Cavalcanti, John Graz, Vicente do Rego Monteiro e esculturas de Victor Brecheret , além das músicas de Villa- Lobos e Ernani Braga.

Este movimento artístico propunha uma renovação da visão social e, portanto, também é considerado como uma manifestação política. Neste período a detenção do poder e da riqueza estava nas mãos das oligarquias rurais, substancialmente por causa da produção cafeeira. As cidades brasileiras, por outro lado, passavam por uma rápida transformação urbana, decorrente do processo de industrialização que começou com a I Guerra Mundialem meados do começo do século XX. Em paralelo, os imigrantes europeus estavam substituindo a mão-de-obra escrava, logo após o advento da abolição. De outro lado, a massa operária estava sentindo-se injustiçada pelos baixos salários e carga horária elevada. O Brasil estava dividido entre o lado rural e o urbano.

Na literatura, em meio a esse turbilhão de acontecimentos sociais, a Semana da Arte Moderna surgiu como marco cultural de um novo movimento literário: o Modernismo.
Os objetivos da Semana eram de trazer, primeiramente, a homogeneidade dos movimentos artísticos, bem como o de: ter o direito à pesquisa estética, reagir em desfavor do “helenismo” de Coelho Neto e do purismo de Rui Barbosa e da ruptura com o passado de natureza acadêmica, liberdade na escrita e expressão lingüística, sem pudores de linguagem culta e de métricas rígidas.

Após essa Semana, houve mudanças claras nas produções literárias: um rompimento com o academicismo literário e com a gramática normativa e a incorporação na poesia e na prosa da liberdade na expressão de idéias e nas formas (versos livres), da pontuação subjetiva ou ausência da mesma, da linguagem vulgar, do coloquialismo.

Como foi a Semana e sua repercussão

· Correio Paulistano publicou a notícia, em 29/01/1922, divulgando a realização da Semana, em tom neutro.

· Em 22/2/1922, o jornal A Gazeta publicou notícia sobre a realização da Semana em tom crítico.

· Comissão organizadora: Paulo Prado, Alfredo Pujol, Oscar Rodrigues Alves, René Thiollier.

· Participantes:

Música: Heitor Villa-Lobos, Guiomar Novaes e Ernâni Braga.

Literatura: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Ronald de Carvalho, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida, Plínio Salgado, Sérgio Milliet, Afonso Schimidt, Graça Aranha.

Pintura: Anita Malfati, Di Cavalcanti.

Escultura: Victor Brecheret

· Teatro Municipal, cujo público burguês e aristocrático se acostumara às operas estrangeiras, transformaou-se em palco de momentos de algazarra e de total confusão que configuram o “choque” provocado pelos modernistas.

Os Festivais

Foram três os festivais, ocorridos nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro.

Primeiro dia – 13 de fevereiro

· Graça Aranha, líder oficial do movimento e membro da ABL, profere palestra A emoção estética na Arte Moderna, ilustrada por uma peça musical de Eric Satie (paródia irreverente da Marcha Fúnebre, de Chopin, executada ao piano por Ernâni Braga.

· Declamação de poemas modernistas por Guilherme de Almeida e Ronald de Carvalho.

· Ronald de Carvalho fala sobre A Pintura e a Escultura Moderna no Brasil, seguido de solos de piano interpretados por Ernâni Braga, além de três danças africanas, de Villa Lobos.

· Guiomar de Novaes, considerada uma virtuosa no piano, reclama da sátira de Choppin

Segundo dia – 15 de fevereiro

Todos esperam algazarra, reação contrária do público. Menotti del Picchia, em seu discurso, prevê que os conservadores desejam enforcá-los um a um, nos finos assobios de suas vaias, mas assim mesmo ele desfia o ideário do grupo em sua fala.

Em represália às vaias, Ronald de Carvalho declama o poema Os Sapos, de Manuel Bandeira.

· Municipal estava aberto desde o início da tarde para o público visitar a mostra de artes plásticas e arquitetura, montada no saguão do Teatro. Diante das telas a reação dominante foi o choque e a indignação. Também as esculturas de Brecheret não mereceram do “respeitável público” outro comentário que não fosse a crítica intolerante e preconceituosa.

Apresentação de dança de Ivonne Daumerie e com a apresentação de Guiomar Novaes “querida pela platéia paulista”, fez-se o silêncio. A vaia retoma quando Mário de Andrade, em pé na escadaria interna do Teatro Municipal, lê algumas páginas de A Escrava que não é Isaura, esboço de um futuro trabalho sobre poética moderna.

A 2ª parte do segundo festival programou uma conferência do folclorista e crítico musical Renato de Almeida: Perennis Poesia, retumbante gozação ao culto das rimas ricas, à poesia de fita métrica, escrita em rançosa linguagem lusitanizante.

Quando Heitor Villa-Lobos, como bom maestro, entra no palco usando a devida casaca, mas arrastando chinelos e um guarda-chuva como bengala, o público volta a latir, indignado com o acinte desta atitude futurista. E não era nada disso: casualmente, o compositor fora atacado de ácido úrico nos pés e não podia calçar sapatos.

Último dia – 17 de fevereiro

A tranqüilidade prevaleceu, com apenas metade do público aplaudindo o programa musical, baseado num repertório já conhecido de Villa-Lobos.




bibliografia:http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=literatura/docs/semana

http://www.mundoeducacao.com.br/literatura/a-semana-arte-moderna.htm

Grupo : Kelly Oliveira

Jessica Natacha

Reyanin Soares

Thainara Silva

Hiago Leite

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