sexta-feira, 2 de julho de 2010

Arquitetura Moderna no Brasil




Sem dúvida a Arquitetura brasileira constituiu o principal aporte americano ao movimento moderno durante o período 1940-1970 e repercutiu internacionalmente.
Todos concordam em afirmar que a catalização de forças criadoras e as idéias centrais ao movimento foram ajustadas por Le Corbusier em sua visita de 1936, quando em pouco mais de uma semana de trabalho intensivo, fez os esboços do Ministério da Educação e da Cidade Universitária.
Todos estão de acordo em afirmar que a catalização das forças criadoras e os ideais principais do movimento foram ajustados por Le Corbusier em sua visita de 1936. Em pouco mais de uma semana de trabalho intenso realizou os esquemas para o Ministério da Educação e a Cidade Universitária.
A tarefa comum, junto a Le Corbusier de Lucio Costa e Oscar Niemeyer, entre outros, garantiu que a semente frutificasse, não só na obra individual, mas também na prédica teórica. Os artigos de Lucio Costa, entre eles Razões da Nova Arquitetura, alcançaram ressonância e a liberdade de ação política com que os brindavam o ministro Capanema e Rodrigo Mello Franco de Andrade permitiu o crescimento do movimento moderno.
Mas é certo que também o movimento estava amadurecendo, porque no mesmo ano de 1936 o concurso da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) congregou uma série de projetos com estruturas independentes, plantas livres, fachadas de fenestração corrida e o desenho triunfador de Marcelo e Milton Ribeiro eram considerados uma inovação absoluta em seu volume sem janelas aparentes.
A obra do Ministério da Educação recorria a soluções corbusierianas dos pilotis, os brise-soleil na fachada castigada pelo sol e a carpintaria acristalada sobre a área de trabalho (que hoje está sendo renovada por sua acelerada destruição por causa da salinidade do ar carioca). A integração das artes na Arquitetura contemporânea, uma das premissas que os mexicanos já haviam empunhado, se verifica nas contribuições de Roberto Burle Marx nos jardins e varandas, de Cândido Portinari nos murais e azulejaria de antiga tradição lusitana, nas esculturas de Bruno Giorgi, Celso Antonio e Lipchitz. A equipe de arquitetos se integrou com Costa, Niemeyer, Alfonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Jorge Moreira e Ernani Vasconcelos.
O entusiasmo dos jovens arquitetos pela obra se deve não só à repercussão da mesma, mas à liberdade de que dispuseram para realizá-la. Lucio Costa escrevia que a sugestão de Le Corbusier para outra localização serviu de referência, mas que "tanto o projeto como a construção do atual edifício, desde o primeiro esboço até a conclusão definitiva, foram levados a cabo sem a mínima assistência do mestre e como espontânea contribuição nativa para a pública consagração dos princípios pelos quais ele sempre lutou".
Afirmava Lucio Costa que "construído na mesma época, com os mesmos materiais e para um mesmo fim utilitário, o edifício do Ministério se destaca, não obstante, em meio à espessa vulgaridade da edificação circunvizinha, como algo ali alojado severamente, só para o comovido êxtase do transeunte despreocupado e, de vez em quando, surpreendido, pela vista de tão sublimada manifestação de pureza, forma e domínio da razão sobre a inércia da matéria".
Costa considera-o um edifício "formoso e simbólico", porque "sua construção foi possível na medida em que se atropelou tanto a legislação municipal vigente, como a ética profissional..." Enfim, lições de um duvidoso conteúdo que tomadas como exemplo podem contribuir para fomentar a habitual forma de trabalho dos especuladores imobiliários...
A configuração do trabalho de um grupo de arquitetos – que simultaneamente realizou obras de grande qualidade, como os irmãos Roberto (aeroporto Santos Dumont, Liga contra a tuberculose), Atílio Correia Lima e Renato Soeiro (Estação de hidroaviões e Estação Marítima Rodrigues Alves), Henrique E. Mindlin (Hotel Copan), Rino Levi (Instituto Sedes Sapiantiae, Oficinas Stig, Teatro de Cultura Artística e Banco Paulista, todos em São Paulo) – assinala que a projeção da Arquitetura brasileira estava implícita em sua própria realidade e que os aportes externos de Le Corbusier, Marcello Piacentini, Franco Albini e a posterior permanência de Giancarlo Palanti somente viriam consolidá-la.
Talvez o êxito da Arquitetura brasileira consista em que seu período racionalista foi breve, que dele se decantou um funcionalismo que, elaborado com sensibilidade espacial, em uma contundente força expressiva integrando artes e natureza, superou criativamente as imagens estereotipadas do movimento moderno.
Se esta sensibilidade plástica, esta afeição pela curva e a natureza são herança de uma virtualidade histórica barroca ou de um vanguardismo formalista que caracteriza a arquitetura das décadas 1950-70, está ainda por resolver-se, e é provável que ambos componentes desempenhem um papel relevante.
Não cabe dúvida, em homens como Lucio Costa, da vigência da idéia e preocupação de ligar o movimento moderno à própria história cultural. Os "neocoloniais", como Mariano Filho, não entenderam que a reivindicação do passado não se efetuava na cópia, mas na preservação do autêntico, como vinha fazendo excelentemente a Diretoria do Patrimônio Histórico Nacional desde os tempos de Rodrigo Mello Franco de Andrade, Edson Motta, Renato Soeiro, Augusto da Silva Telles, Aloisio Magalhães, Luis Saia, Mario Mendonça de Oliveira, e outros técnicos e especialistas. Cabe mencionar muito especialmente neste sentido a tarefa da Fundação do Pelourinho, na Bahia, e os trabalhos de inventário concretizados por Paulo de Azevedo.
A projeção internacional do movimento se produziu na realidade com o Pavilhão Internacional da Feira de Nova York (1939), desenhado conjuntamente por Lucio Costa e Oscar Niemeyer em um surpreendente traçado de liberdade formal.
A crise da Segunda Guerra Mundial, que devastou países e idéias, situava o Brasil e os Estados Unidos como novas plataformas do lançamento da arquitetura moderna.
Isso explica as preocupações de suas propostas nos livros de Goodwin (1943), a exposição de Russel-Hitchock (1945) e os escritos de Bardi e Papadaki (sobre Niemeyer, 1950).
A obra de Oscar Niemeyer constitui o eixo de referência central da arquitetura brasileira, começando com seu edifício da Obra do Berço (1937) e continuando pelos conjuntos que lhe encomendara Kubitschek, à época prefeito de Belo Horizonte, para Pampulha. O cassino (atual Museu de Arte Moderna), o Iate Clube, o Pavilhão de Danças e a igreja de São Francisco de Assis foram realizados entre 1942 e 1943

http://www.continentemulticultural.com.br
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By: Lidia, Graziela, João Paulo, Joice, Wanna, Thalita, Thiago Oliveira.








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